Gouda (queijo)
País de origem | |
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Região | |
Cidade | |
Origem do leite | |
Pasteurizado |
Sim |
Textura |
Semiduro |
Designação | |
Nomeado com referência a | |
Tempo de envelhecimento |
1-36 meses |
Gouda (pronunciado, em holandês, AFI ⓘ, de Goudse kaas, AFI: [ˈɣʌudsə ˈkaːs], lit. "Queijo de Gouda") é um queijo amarelo feito de leite de vaca. Recebe o nome da cidade de Gouda, nos Países Baixos, porém seu nome não é protegido. A Comissão Europeia, no entanto, confirmou que o gouda holandês deverá ser protegido.[1] Queijos feitos em outros países com o nome de gouda são vendidos, no entanto, ao redor do mundo.
Fabricação artesanal e industrial
[editar | editar código-fonte]Fabricação de queijo artesanal
[editar | editar código-fonte]Gouda é fabricado a partir de leite integral de vacas Holstein-Frísia.[2] Seu leite é misturado com coalho e bactérias iniciadoras de fermentação. Esta mistura é colocada para descansar por cerca de duas horas. Enquanto isso, a coagulação da proteína faz o leite coalhar. O leite coalhado é então fatiado e trabalhada para formar pequenos pedaços, que serão então colocados em moldes e passados sob uma prensa para retirar o soro. Os queijos moldados são então colocados para descansar e, em seguida, imersos num banho de salmoura. Após o banho de salmoura, os queijos são cobertos com parafina durante maturação. Um queijo pequeno é amadurecido em quinze dias, o maior leva oito meses. Gouda pode conter várias especiarias.
Existe também Gouda cremoso da marca A Vaca que ri.[3]
Formato, cores e composição
[editar | editar código-fonte]Um queijo Gouda tem um formato rodondo, tem uma massa de cerca de 15 quilos e um teor de gordura do extrato seco de pelo menos 48% (normalmente em torno de 51%).[4] Há 81% de gouda branco, os outros tipos minoritários são amarelo, vermelho e laranja. A cor varia de acordo com a sua maturação: após dois anos, mostra "reflexos do sol se pondo".[5]
O gouda artesanal é preparado com leite não pasteurizado e é geralmente chamado de boerenkaas, do boer em holandês agricultor, e kaas, queijo.
O tempo de amadurecimento geralmente varia de duas semanas a dois anos. Há também um gouda de Natal, amadurecido em torno de trinta e seis meses. Este gouda "extra-velho" é chamado de brokkelkaas.[6]
Sem mencionar o gouda com cominho (gouda komijn), cuja origem remonta ao século XIV: Erasmo menciona em seu Memoriam ab liturgis um "furmagium us cuminus", que os historiadores holandeses do século XIX traduziram como um "queijo cominho". Na realidade, esta frase de Erasmo referia-se a um discurso de Cícero no Senado Romano pedindo apoio para a guerra contra os Suevos.
Produção, mercado e consumo
[editar | editar código-fonte]Em 1862, este queijo foi considerado um dos melhores dos Países Baixos.[7]. Mais de um século depois, mais precisamente em 1968, as exportações do gouda neerlandês eram de serem a causa das dificuldades econômicas encontradas pelas indústrias de queijo belga e francesa.[8] Em 1978, uma campanha publicitária no metrô de Paris tinha o slogan « Gouda holandês: o queijo de cem maneiras ».[9] No início da década de 1980, Gouda e a cidade homônima apareceram em uma campanha publicitária de televisão francesa que referia a "Holanda" como "a outra terra do queijo".[10] O gouda foi na década de 2010, mais consumida pelos neerlandeses do que pelos franceses: 14 quilos por pessoa por ano, quase metade mais do que os franceses.
Gouda passou a ser feito em qualquer lugar do mundo. Por exemplo, foi produzido na França por famílias de origem holandesa em 2020 em Mayennee e em 2021 em Sonzay.[11][12] Na República Democrática do Congo, desde a década de 2010, um gouda é fabricado perto de Masisi.[13][14][15]
Em 2010, a União Europeia concedeu ao Gouda produzido nos Países Baixos, que deve ser designado como Gouda Holland, uma indicação geográfica protegida.[16]
O Acordo Integral de Economia e Comércio assinado em 2016 entre o Canadá e a União Europeia resultou em um aumento na diversidade dos queijos gouda e na distribuição mais regular deste queijo no Canadá.17. Em 2004, segundo um estudo da Agéco, consultor do setor agroalimentar, quase 9% dos canadenses se declararam consumidores desse queijo.[17]
Pouco depois do Brexit, concluído em 2020, o jornal The Guardian estimou que o período durante o qual o Reino Unido era membro da União Europeia tinha visto os britânicos desenvolverem tanto um gosto pelo gouda holandês quanto ao feta grego.[18]
Seu melhor período de consumo estende-se de maio à outobro.[19]
Processo de produção
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Fracionamento do leite coalhado
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Moldagem
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Imersão em banho
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Maturação
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Feira de queijos em Gouda
Referências
- ↑ «European commission confirms protection for Gouda Holland». DutchNews.NL. 7 de outubro de 2010. Consultado em 7 de outubro de 2010
- ↑ Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (1968). Lait et produits laitiers (Codex Alimentarius) (em francês). [S.l.]: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. p. 74-76. 168 páginas
- ↑ Hélène Risser (4 de setembro de 1998). «14 - Une vache entrée dans la légende» (em francês). Le Monde. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «L'autre pays du fromage, qu'ils disent !». leparisien.fr (em francês). 3 de julho de 2010. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Nathalie Mont-Servan (18 de dezembro de 1976). «Gourmands, gourmandises». Le Monde.fr (em francês). Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Joël Métreau (24 de setembro de 2018). «Pays-Bas : Gouda, l'autre pays du fromage : Idées week end Pays-Bas». Routard.com. Consultado em 28 de abril de 2021
- ↑ Augustin Joseph Du Pays (1862). Itinéraire descriptif, historique et artistique de la Hollande (em francês). [S.l.]: Hachette. p. 82. 362 páginas
- ↑ «Aucun accord pour remédier à la détérioration du marché du fromage». Le Monde.fr (em francês). Le Monde. 25 de setembro de 1968. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Jacques Grall (20 de novembro de 1978). «Une formidable machine à produire» (em francês). Le Monde. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Pierre Willemin. «GOUDA : Le marché de gouda». Ina.fr (em francês). Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Virginie Pacaud (19 de julho de 2020). «Dans le Sud-Mayenne. Ces Hollandais ont recréé un gouda au lait cru» (em francês). Ouest-France
- ↑ Lucile Ageron (15 de março de 2021). «Indre-et-Loire : bientôt du gouda de Touraine dans vos assiettes». actu.fr (em francês). Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ France 24 (19 de fevereiro de 2021). «'Goma cheese': The rare art of cheese-making in DR Congo» (em francês). Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Maud Jullien (4 de fevereiro de 2014). «The rare art of cheese-making in DR Congo» (em inglês). BBC News. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ «The world's least blessed cheesemakers are in Congo». The Economist. 13 de setembro de 2018. ISSN 0013-0613. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ José Manuel Durão Barroso (2 de dezembro de 2010). «Règlement (UE) No 1122/2010 de la Commission du 2 décembre 2010 portant enregistrement d'une dénomination au registre des appellations d'origine protégées et des indications géographiques protégées (Gouda Holland (IGP))». Journal officiel de l’Union européenne (em francês)
- ↑ Groupe Agéco (outubro de 2006). Étude de la demande québécoise en fromages fins : rapport final (PDF) (em francês). [S.l.: s.n.] p. 15. 133 páginas
- ↑ Joanna Partridge (3 de maio de 2021). «UK dairy firms try to count the cost of churn in post-Brexit trade» (em inglês). The Guardian. Consultado em 4 de maio de 2021
- ↑ Hélène Risser (4 de setembro de 1998). «14 - Une vache entrée dans la légende» (em francês). Le Monde. Consultado em 27 de abril de 2021