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Philia

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Detalhe do escultor Fídias mostrando o Friso do Partenon para seus amigos por Lawrence Alma-Tadema (1868)

Philia (em grego: φιλíα; romaniz.: philia, filia) retirado do tratado de Ética a Nicômaco de Aristóteles, o termo é traduzido geralmente como "amizade", e às vezes também como "amor". Embora de fato o uso deste termo é muito mais amplo do que o primeiro. Como Gerard Hughes diz, nos livros VIII e IX, Aristóteles da exemplos de philia incluindo:: "os amantes novos (1156b2), os amigos para toda a vida (1156b12), as cidades com os outros (1157a26), os contatos políticos ou de negócio (1158a28), os pais e as crianças (1158b20), o companheiro de viagem e os companheiros de armas (1159b28), os membros da mesma sociedade religiosa, ou mesmo no jantar (1160a19), ou mesmo na tribo (1161b14), de um sapateiro e da pessoa que compra dele (1163b35). "[1] Todos estes diferentes relacionamentos envolvem o bem com o outro, embora Aristóteles implica às vezes que existe algo mais do que o simples gostar seja exigido. Quando está falando sobre o caráter ou a disposição que cai entre a adulação ou a bajulação para uns e impertinência ou truculência para outros, diz que neste estado: "não se tem nenhum nome, mas pareceria ser a maioria das vezes como [philia]; para o categorizar a pessoa no estado intermediário é exatamente aquilo que nós queremos dizer a um amigo decente, a não ser por aquilo que o amigo também acha de nós." (1126b21) Esta passagem indica também que, embora larga, a noção de philia ela deve ser mútua, e exclui assim relacionamentos com objetos inanimados, embora philia com animais, tais como animais de estimação, seja permitida (ver 1155b27– 31).

Em sua Retórica, Aristóteles define a atividade envolvida na philia (τὸ φιλεῖ n) como:

querendo para alguém o que se pensa de bom, e por sua causa e não pelas nossas próprias, e assim estar inclinado, tão tempo quanto puder, fazer tais coisas por ele
— 1380b36– 1381a2

John M. Cooper discute que isto indica:

Que a ideia central de φιλíα é aquela de fazer bem por alguém para sua própria causa, fora do interesse para com ele (e não, ou não meramente, fora do interesse para si mesmo). [… Assim] os formatos diferentes de φιλíα [como listado acima] poderiam ser vistos apenas como os contextos e as circunstâncias diferentes em que este tipo de bem-fazer mútuo pode ser realizado
[2]

Aristóteles diz que a philia ser necessária como um meio para atingir a felicidade ("ninguém escolheria viver sem amigos mesmo se tiver todos os outros bens" [1155a5– 6]) e a nobreza ou gentileza (καλόν) para si.

Aristóteles discute que há três tipos de philia, quando "nem tudo é amor, mas [somente] o cativante, seja ele bom ou agradável ou útil" (1155b18– 19). Nós podemos assim distinguir entre:

  • Philia baseada na vantagem mútua (amor para o que é útil).
  • Philia baseada no prazer mútuo (amor para o que é agradável).
  • Philia baseada na admiração mútua (amor para o que é bom).

Estes tipos não são mutuamente exclusivos, mas podem se sobrepor. O terceiro tipo pode envolver os outros dois tipos também, ele é, argumenta, o melhor dos três. O admiração mútua envolve a natureza de outra pessoa, não simplesmente como o afetam (sendo útil ou apenas divertida), e é também, conseqüentemente, a mais provável de se durar ("se alguém não é mais agradável ou útil, o outro deixa de ama-lo" [1156a21– 22]). Além disso, a philia do terceiro tipo é boa para si, visto que a philia dos dois primeiros tipos podem envolver a vantagem mútua entre aqueles envolvidos em um negócio ou algo que traga o prazer mútuo dos envolvidos no abuso do outro; relacionamentos que são maus para si.

Agora é possível que pessoas más também [como as boas] sejam amigas para o prazer ou a utilidade, para que as pessoas decentes sejam amigos se baseia nas pessoas, e para alguém sem nenhum caráter seja amigo de alguém com outro tipo de caráter. Claramente, entretanto, somente as boas pessoas podem ser amigos por causa apenas da própria outra pessoa; para pessoas más não se encontrar nenhuma apreciação na outra pessoa que não seja algum benefício.
— 1157a18– 21

Relação com a autossuficiência

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Aristóteles reconhece que há um conflito aparente entre o que diz sobre philia e o que diz em outra parte (e o que é prendido extensamente naquele tempo) sobre a natureza da autossuficiência de vida

diz-se que os povos abençoados e felizes e autossuficientes não têm nenhuma necessidade de amigos. Já têm para si [tudo
Original {{{{{língua}}}}}: 1169a4– 6
— todos] os bens, e daqui, sendo autossuficientes, não tem necessidade de nada mais.

Oferece-se várias respostas. A primeira é baseada no bondade inerente de agir para e concernido para outro ("os trabalhos excelentes das pessoas para seus amigos e para seu país nativo, e estes morrerão pelo dever" [1169a19– 20]); assim, ser uma pessoa completamente virtuosa e cumprida envolve necessariamente ter outra para quem um é &mdash concernido; sem eles, a vida está incompleta:

a vida da pessoa solitária é dura, desde que não é fácil para ele ser continuamente ativo tudo por si mesmo; mas com relação a outro e em sua companhia é mais fácil.
— 1170a6– 8

A resposta de Aristóteles à segunda é: "a vida do pessoa boa permite juntamente o cultivar da virtude" (1170a12). Finalmente, discute que um amigo é "outro oneself", e o prazer que a pessoa virtuosa começa de sua própria vida é encontrado assim também na vida de uma outra pessoa virtuosa. "Qualquer um que deve ser feliz, então, obrigação tem amigos excelentes" (1170b19).

Altruísmo e egoísmo

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Para Aristóteles, a fim de sentir a forma mais elevada de philia para com o outro, se deve senti-la consigo mesmo; o objeto da philia é, em resumo, um "outro inteiro". Este sentimento para consigo não remete Aristóteles ao egoísmo, naturalmente. O amor próprio não é incompatível com o amor aos outros. Aristóteles é cuidadoso em distinguir o tipo de amor próprio que é condenável (atribuído a "aqueles que se premiam com a maior parte do dinheiro, das honras, e dos prazeres corporais. Estes são os bens desejados e buscados ansiosamente por muitos, na suposição de que são os melhores" [1168b17– 19]) daquele que deve ser admirado (atribuído a alguém que "está sempre desejoso, sobretudo, para executar ações justas e moderadas ou quaisquer outras ações que estejam de acordo com as virtudes, e que no geral sempre ganha para si o que está bom [nobre, correto]" [1168b25– 27]). De fato:

a pessoa boa deve ser uma amante de si própria, já que ela ajudará a si mesma e beneficiará aos outros executando ações boas. Mas a pessoa perversa não deve amar a si própria, já que ela prejudicará a si mesma e a seus vizinhos, ao seguir seus sentimentos básicos.
— 1169a12– 15

Aristóteles também é confirmado, quando Hughes coloca:

a única razão plenamente justificável para se fazer qualquer coisa é que essa maneira de agir contribuirá para uma vida realizada.
[3]

Assim ações de philia podem parecer essencialmente egoístas, aparentemente feitas para ajudar aos outros, mas são de fato planejadas para melhorar a felicidade do agente. Entretanto isso confunde a natureza da ação com a sua motivação; a pessoa boa não executa uma ação para ajudar um amigo porque isso lhe dará satisfação; executa-a para ajudar um amigo, e ao fazer isso deixa seu amigo e ela própria feliz. Deste modo a ação é boa por si própria e pelo efeito que produz na felicidade do agente.[4]

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Referências

  1. Hughes, p.168n.
  2. Cooper, p.302
  3. Hughes, pp 173– 174.
  4. Veja Hughes Hughes, pp 175–176. Para uma visão alternativa, ver Kraut, capítulo 2.